Saúde mental dos atletas

O mundo tem mirado os holofotes para Simone Biles. A atleta da ginástica que representa os Estados Unidos era a mais cotada para a conquista do ouro e, de forma corajosa, desistiu de competir a final por equipes e a final individual geral para cuidar e se dedicar a saúde mental. No dia a dia, fora das Olimpíadas, a situação não é muito diferente: recentemente o jogador de futebol Williams Martinez, zagueiro do Villa Teresa, do Uruguai, cometeu suicídio em meio a um campeonato nacional. Estes exemplos (e tantos outros que poderiam ser citados), chamam a atenção para o fato de que “mente” e “corpo” são um só, ou seja, assim como é necessário treinar movimentos, jogadas, ter uma rígida disciplina, cuidado com alimentação, dentre outros, também é necessário dar o devido endereçamento às emoções. Como passar por toda a pressão de ser atleta? Como enfrentar os altos e baixos que a carreira impõe? De que maneira são encarados milhões de elogios em um dia de bom desempenho e, poucos dias depois, uma avalanche de xingamentos diante de uma performance não tão boa assim? Tudo isso sem contar o manejo da ansiedade, da raiva, a autocobrança e diversos outros aspectos inerentes ao ser humano, que vem antes do papel de “atleta”. Diante do exposto é cada vez mais evidente que não se pode negligenciar o espaço devido que a Psicologia do Esporte precisa ocupar, através de uma maior conscientização da comissão técnica e de todos os profissionais envolvidos na área dos esportes e e-sports. Ao mesmo tempo, a área também precisa de pessoas especializadas, capazes de acolher, identificar e trabalhar as demandas que chegam, além de ter um olhar apurado para a identificação de possíveis psicopatologias e atuar de forma assertiva nestas ocasiões. Tainã Teixeira Santos – Psicóloga Clínica e do Esporte CRP: 05/63055