Estabelecendo Limites

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Ser disponível ou ficar á disposição?

Disponibilidade é um dos elementos inerentes ao ofício de psicólogo. É desejável que o profissional tenha a habilidade de, além de acolher as demandas, estar atento as urgências e momentos sensíveis de seus cientes e estar pronto pata atendê-las. No entanto, certa imprecisão acerca da percepção do senso de urgência, tanto por parte dos psicólogos quanto dos usuários, pode gerar confusão. É nesta hora que alguns de nós, profissionais de saúde e cuidado, têm dificuldade para distinguir entre ser disponível e ficar à disposição. Certos pacientes/clientes/atletas apresentam demasiada necessidade de atenção e esperam de nós maior flexibilidade de tempo e que seus infortúnios sejam tratados como prioridade. Os aplicativos de mensagens funcionam como ferramentas capazes de fomentar a dinâmica do constante estado de urgências das demandas cotidianas. Por vezes, caímos na armadilha permanecermos a disposição quando deveríamos estar apenas disponíveis. A sutil diferença reside no estabelecimento de limites, tão importante em qualquer relação profissional. Como fomos treinados desde a graduação a sermos empáticos e compassivos, nem sempre somos bem-sucedidos quando precisamos ser assertivos. Saber estabelecer limites é uma habilidade fundamental ao sucesso de todo tratamento/acompanhamento psicológico. Não precisamos estar de pronto sempre que o usuário solicita. Os termos do contrato terapêutico devem ser muito bem alinhados às suas possibilidades de atuação. Se a necessidade do cliente for muito maior do que a sua disponibilidade, considere conversar com ele e encaminhar o caso para outro colega. Isso serve em qualquer contexto de atuação do profissional de psicologia. A flexibilidade é sempre bem-vinda, desde que exista um balizador que oriente a sua prática. Quando um usuário ultrapassa essa fronteira e você permite sem indagar, o que este movimento diz a seu respeito? Pense nisso!

Daniele Muniz CRP 05/37736 Responsável Técnica Psique em Forma